Cor das fezes: como identificar problemas intestinais pela coloração?
A qualidade alimentar e eventuais doenças gastrointestinais podem ser identificadas pela cor das fezes.
Apesar de ser considerado um tema tabu, o cocô é um indicador diário da nossa saúde e que deve ter a sua coloração e consistência observadas todas as vezes que vamos ao banheiro.
Neste artigo, você vai descobrir que problemas intestinais cada cor nas fezes pode significar e como proceder caso uma coloração diferente persista por muito tempo.
Cor das fezes: o que cada coloração pode significar?
Em condições normais, quando não há nada de errado com a nossa saúde ou com a qualidade alimentar, a coloração das fezes apresenta um tom amarronzado – não muito escuro nem muito claro.
Porém, dependendo dos alimentos que ingerimos, a cor do cocô pode variar – especialmente quando ingerimos comidas com corante artificial ou muito gordurosas, por exemplo.
Além disso, gastrite e outras infecções e problemas intestinais também podem interferir na cor das fezes. As alterações mais comuns na coloração e seus possíveis significados são:
1 – Fezes de coloração esverdeada
A bile é uma secreção esverdeada que o fígado produz e que desempenha um papel muito importante no processo de digestão de alimentos.
Quando as fezes apresentam coloração em tom esverdeado, pode ser um indicativo de que o seu intestino não está tendo tempo suficiente para fazer a absorção adequada dos sais biliares.
Geralmente, a tonalidade verde do cocô é acompanhada de uma textura mais líquida, caracterizando um quadro de diarreia.
As fezes verdes podem significar também estresse acentuado ou algum tipo de infecção bacteriana.
Mas nem sempre o cocô verde significa algo ruim. Se ele estiver com uma textura mais sólida, lisa e com odor não muito fétido, pode ser sinal de que você está se alimentando bem com muitos vegetais.
Pessoas que fazem suplementação de ferro também podem defecar em tom esverdeado.
2 – Fezes escuras ou com pontos pretos
Outra coloração comum de ser observada nas fezes é a de tom mais escuro ou com manchas pretas.
Geralmente, quando o cocô apresenta tonalidade negra, é um indicativo de que há um sangramento em alguma parte do aparelho digestivo. Isso porque, quando o sangue coagula, ele assume uma cor mais escura. Se o cheiro for muito forte, aí é que você deve acender ainda mais o seu alerta.
No entanto, as fezes escuras também podem ser uma mera consequência da suplementação de ferro e não significar nada de errado com o seu sistema gastrointestinal.
O consumo de alimentos vermelhos e pretos também podem dar essa coloração escura ao seu cocô e não necessariamente são indício de que há algo errado com a sua saúde ou qualidade alimentar.
3 – Fezes de coloração amarelada
Quando o intestino enfrenta dificuldades para digerir a gordura dos alimentos, as fezes tendem a apresentar uma coloração mais amarelada. Geralmente, essa tonalidade vem acompanhada de uma diarreia, com um cocô mais mole ou aquoso.
Isso é resultado de uma alimentação muito gordurosa, mas também pode indicar doença celíaca, deficiência na produção de enzimas pelo pâncreas e limitação na capacidade do intestino de absorver nutrientes.
Vale pontuar também que o cocô amarelo pode ser um indicativo de infecções intestinais, principalmente quando acompanhado de outros sintomas, como febre e dores abdominais.
Além disso, hepatite, cirrose e outras doenças relacionadas ao fígado podem ter como sintoma as fezes amarelas. Isso acontece porque a bile, substância responsável pela digestão das gorduras, não chega corretamente ao intestino.
4 – Fezes de cor vermelho vivo
Se o seu cocô apresenta uma cor em tom vermelho vivo, é bem provável que você esteja com algum sangramento na etapa final do processo digestivo.
Hemorróidas, inflamações, infecções, doença de Crohn e até mesmo câncer no intestino são apontados como possíveis causas para as fezes vermelhas.
Se houver muito sangue ao defecar, é recomendado que você procure imediatamente uma Unidade Básica de Saúde mais próxima para se consultar com um médico e realizar os exames necessários para investigar a causa disso.
5. Fezes esbranquiçadas
Conforme mencionamos no início deste conteúdo, a coloração “ideal” das fezes é o marrom – nem muito claro nem muito escuro. Essa cor é resultado da mistura entre o líquido biliar, as substâncias que são produzidas pelo próprio intestino e os alimentos que estão sendo digeridos.
Quando as fezes apresentam-se mais claras do que o normal, é sinal de que há algum problema com um desses três “ingredientes”, sendo a bile o principal deles.
O cocô esbranquiçado pode ser um sintoma de que o fígado ou as vias biliares não estão funcionando corretamente. Alguns problemas que essa coloração pode indicar são:
- Coledocolitíase (obstrução das vias biliares por cálculo);
- Hepatite medicamentosa;
- Hepatites virais;
- Complicações pós-cirurgia de remoção da vesícula biliar;
- Cisto de colédoco (principalmente em bebês);
- Tumores nas vias biliares.
Cor das fezes no bebê
Quem acabou de ter uma criança também precisa ficar atento à cor das fezes no bebê.
Nos primeiros dias após o nascimento, é comum que o cocô da criança apresente cor verde escuro, com uma textura pegajosa. Essa secreção recebe o nome de mecônio.
Com o tempo, as fezes vão clareando, com aspecto aquoso e com a presença de alguns grumos.
O cocô esbranquiçado em bebês recém-nascidos (entre 2 e 5 semanas de vida) pode ser um sintoma de atresia das vias biliares. Essa condição consiste no fechamento progressivo dessas vias.
A partir do sexto mês, com a introdução de novos alimentos na dieta do bebê, é normal que as fezes dele mudem de cor e de textura.
A Cor das fezes do bebê: o que não pode acontecer?
Bom, agora que você já sabe quais são as principais alterações na cor das fezes e o que cada coloração pode significar, é muito importante que você observe o seu cocô todas as vezes que for ao banheiro.
Caso alguma coloração anormal persista por mais de três dias, procure o quanto antes um médico. Esse profissional vai solicitar exames laboratoriais para avaliar o material, diagnosticar eventuais doenças e dar início ao tratamento adequado o mais rápido possível.
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