Bebê a caminho: como montar um plano de parto?

Saiba como se preparar para a chegada do novo membro da família

A gravidez é acompanhada de grandes mudanças e dúvidas, entre elas, como preparar o enxoval para o bebê, que equipe fará o acompanhamento, quando arrumar a mala, o que levar para a maternidade e quais procedimentos serão ou não aceitos durante o trabalho de parto.

O plano de parto é uma das ferramentas que vai ajudar a tornar esse momento mais tranquilo e mais leve, pois nele a mãe poderá especificar todas as suas vontades antes do parto, durante e no pós-parto. O plano de parto permite facilitar a comunicação entre a equipe médica e a família.

Neste artigo, vamos te ajudar com dicas práticas de como elaborar o seu plano de parto. Não existe um modelo padrão, mas podem surgir dúvidas no meio do caminho. Por isso, nós elaboramos um roteiro que você poderá seguir para fazer o seu.

O que é plano de parto?

O plano de parto é um documento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que inclui todas as preferências da mulher durante as fases que envolvem os momentos que antecedem o parto até os cuidados com o bebê após o nascimento.

Ele tem validade legal e é reconhecido pelo Ministério da Saúde. Por isso, ele deve ser registrado em cartório, com assinatura de uma testemunha, e ser entregue à equipe médica antes da realização do parto, geralmente no momento em que a grávida dá entrada na maternidade para ter o seu bebê. 

O documento deverá conter uma sessão com todos os dados da gestante, seu acompanhante, o local e o médico que fez seu pré-natal. O ideal é que ele seja dividido em três partes: pré-parto, parto e pós-parto. Por isso, envolva o seu acompanhante para que ele esteja a par de todas as suas vontades.

É importante pesquisar antes e tirar todas as dúvidas com a equipe médica em relação às fases do parto e aos procedimentos, principalmente aqueles envolvidos na indução do parto e cuidados com o bebê.

O plano de parto ajuda a diminuir a violência obstétrica?

O histórico de violência obstétrica ainda é uma realidade no nosso país, principalmente no âmbito da saúde pública. Além do estigma da falta de informação por parte da população, ainda existem muitos profissionais que se apegam aos modelos antigos encarando as intervenções excessivas no corpo da mulher como algo natural.

A violência obstétrica se caracteriza por ofensas verbais e físicas praticadas contra as mulheres durante o trabalho de parto ou puerpério. Entre elas, manipulações, pressão psicológica, humilhações, xingamentos, procedimentos que trazem malefícios para  a mãe e o bebê, como episiotomia e manobra de Kristeller.

Por isso, visando diminuir os casos de violência obstétrica nas maternidades e ter um instrumento legal no caso de episódios forçados por parte da equipe médica, surgiu o plano de parto, uma proposta de humanização desse momento tão importante na vida da mulher.

Limitações do plano de parto

Devido à negação de alguns profissionais da classe médica quanto aos malefícios de diversos procedimentos, certas gestantes podem encontrar dificuldades em relação ao consenso da equipe sobre os métodos que deverão ser evitados durante as fases do parto e os cuidados com o bebê.

Existe também a possibilidade de a equipe assumir todas as decisões e a forma de conduzir o parto, caso haja algum risco para a vida da mãe e do bebê. Nesse caso, o médico deverá fornecer aos pais uma  justificativa por não ter seguido o plano de parto.

O que colocar no plano de parto?

Esse documento deverá ser elaborado com o maior detalhamento de informações possível, para que a equipe médica não tenha nenhuma dúvida quanto à vontade da gestante e possa orientá-la da melhor maneira, conduzindo o parto da forma mais humanizada possível.

Coloque todas as suas informações pessoais, as informações do seu acompanhante e da doula, se você optar pelo serviço. Lembrando que ela deverá realizar o cadastro na maternidade antes do parto, pois sem cadastro prévio ela não poderá atuar.

Para que seu plano fique mais organizado, divida-o em três partes: pré-parto, parto e pós-parto. Coloque todos os procedimentos aceitáveis e os que não serão aceitos, os cuidados, alimentos e ajudas. Nós listamos alguns pontos que você poderá incluir no seu plano de parto.

Período do trabalho de parto

  • Que tipo de roupa você quer usar, se são as suas ou do hospital.
  • Se você quer música ou silêncio.
  • Se quer ficar sozinha ou quer seu acompanhante.
  • Se quer usar ou não a bola de pilates.
  • Se deseja se movimentar livremente.
  • Se quer usar chuveiro.
  • Se aceita ou não medicamento para indução do parto.

Durante o parto

  • Se você quer ou não o ar condicionado ligado.
  • Se aceita analgesia para a dor.
  • Se deseja que o parto seja ou não feito na água.
  • Qual a melhor posição para você.
  • Se você autoriza que seus pelos pubianos sejam raspados.
  • Se autoriza ou não a episiotomia.
  • Se autoriza ou não manobras para a saída do bebê.

Após o parto

  • Se você quer o contato pele a pele com seu bebê logo após o nascimento dele.
  • Se você quer ver a placenta.
  • Se deseja que o bebê mame na primeira hora de vida.
  • Ser informada sobre os procedimentos que serão feitos com o bebê.
  • Se deseja que o bebê tome banho no mesmo dia ou não.

Por fim, informe à equipe, no final do documento, quais as opções caso seja necessário a realização de uma cesária. Inclua informações como: se você deseja esperar entrar em trabalho de parto, qual tipo de anestesia, se deseja acompanhante junto com você.

É importante que o documento seja anexado ao seu prontuário e que a equipe esteja ciente. Por isso, vale se preparar antes para garantir um parto tranquilo e seguro para você e seu bebê.

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