Enem 2022: Queimadas na Amazônia e consequências climáticas

No segundo semestre de 2019, as queimadas na Amazônia registraram um aumento de 145% em comparação a 2018. O aumento nos focos de incêndio na floresta amazônica causou preocupação em todo o mundo, estampando manchetes em jornais internacionais.

Devido à repercussão, o tema e suas consequências no clima têm grandes chances de aparecer no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022. O portal Blog do Vestibular reuniu informações essenciais para quem se preparando para o exame.

Meio Ambiente e Sustentabilidade é um eixo temático que aparece constantemente nas questões do Enem, tendo sido usado como tema da Redação nos anos de 2001 e 2008.

Incêndios florestais e Dia do Fogo na Amazônia

Em agosto de 2019, os focos de incêndio foram tantos que resultaram em um corredor de fumaça que chegou a diversas cidades brasileiras.

Entre as causas citadas para o aumento das queimadas está a retomada do desmatamento. Na região, é comum o uso do fogo para limpar o terreno após a floresta ser derrubada.

Em 2 de agosto, o Amazonas declarou estado de emergência devido ao crescimento no número de focos de incêndio no mês de julho. Habitantes foram afetados com a fumaça, que encobriu diversas cidades, incluindo Manaus.

Além disso, nos dias 10 e 11 de agosto, aconteceu o chamado “Dia do Fogo”, em que fazendeiros no entorno da BR-163, em Novo Progresso, no Pará, provocaram incêndios coordenados. No dia 10, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um aumento de 300% nos focos de queimada.

Poucos dias após o registro, a fumaça escureceu o céu de São Paulo e de outras cidades no sudeste do país, a milhares de quilômetros de distância.

A falta de ações do governo brasileiro para coibir a atuação de grupos criminosos ligados ao desmatamento na Amazônia fez com que países como Noruega e Alemanha bloqueassem suas doações ao Fundo Amazônia.

O arco do desmatamento

O arco do desmatamento diz respeito à região em que estão os maiores índices de derrubada de floresta na Amazônia. A expressão é usada para demarcar onde se concentra, historicamente, o desmatamento, sendo composta por 256 municípios.

Esse arco concentra cerca de 75% do desmatamento da Amazônia, indo do oeste do Maranhão e sul do Pará até o Mato Grosso, incluindo ainda Rondônia e Acre. São 500km² para os quais as atenções e o monitoramento estão voltados com maior intensidade.

Especialistas consideram que a formação do arco do desmatamento teve início na década de 1950, a partir da rodovia Belém-Brasília, e nas décadas seguintes, com a chegada da Transamazônica e as rodovias Cuiabá-Santarém e Cuiabá-Porto Velho.

Nos anos 1970, a ocupação da fronteira agrícola amazônica ganhou mais força com a migração de pessoas do Sul e do Nordeste para a região. A extração e venda de madeira se beneficiou das rodovias e, com a gradativa exaustão dos recursos, as atividades foram adentrando na floresta.

Consequências climáticas das queimadas e do desmatamento

Há diversos efeitos negativos provocados pelas queimadas, que estão diretamente ligadas às mudanças climáticas. O incêndio emite gases de efeito estufa, principalmente o gás carbônico, além de metano, monóxido de carbono e nitroso de oxigênio. Esses efeitos já foram abordados em questões do Enem.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), o desmatamento corresponde a 81% do metano emitido por queimadas no Brasil, sendo que o país é o quinto maior emissor do gás no mundo. O principal perigo do metano está em seu efeito de aquecimento global, equivalente a 28 vezes o do dióxido de carbono (gás carbônico).

A mudança nos padrões de chuva, que ocorrerão com menor frequência, ampliando os períodos de seca, afeta não apenas a floresta, mas também a biodiversidade. A agricultura e a pecuária também são prejudicadas com isso.

Outro impacto do desmatamento e das queimadas se dá nos chamados “rios voadores”, que são a massa de ar úmido gerada na Amazônia e que leva chuvas para o restante do país.

Os rios voadores vêm majoritariamente do oceano e, ao passarem pela bacia amazônica, recebem ainda mais umidade gerada pela evaporação no local.

Essa massa úmida segue em direção à Cordilheira dos Andes, que serve como uma barreira. Ali, parte da massa irá se precipitar na forma de chuva ou neve, alimentando as cabeceiras dos rios da Amazônia.

Em seguida, esses rios voadores levam a massa úmida às regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, aumentando a incidência de chuvas.

Com a destruição da floresta, há a redução de chuvas tanto na Amazônia como no Sul do continente. Outro efeito negativo é que os rios voadores passam a fazer seu trajeto, do oceano até o continente, em maior velocidade, aumentando o risco de ocorrência de tempestades severas no Sudeste e Sul do Brasil, já que a floresta serve também como barreira para parte da umidade que se precipita na região amazônica.

Como já fazem alguns anos desde que o tema do Meio Ambiente apareceu na Redação do Enem, ele é um forte candidato para a edição de 2022. Diante dos debates em torno do assunto, é certo que ele aparecerá também em questões de diversos Vestibulares.

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